A arte de fazer mantas cacique
No setor de Malalche Rincon, na comuna de Cholchol, região de La Araucanía, vive Nancy Epulef Barra uma artesã que cresceu com seu primo e avó com quem aprendeu as antigas tradições mapuches (indígenas).
É também um dos poucos artesãos que ainda fazem mantas de cacique – ou trarikan makuñ – de maneira tradicional: manualmente e com tear. “Eu fiz meu primeiro cobertor aos 13 anos. Aprendi essa técnica graças à herança familiar. Vi como minha avó trabalhava até conseguir dominar essa arte. Pouco a pouco fui descobrindo e resgatando desenhos tradicionais para confeccionar as peças”, detalha ela.
Este objeto Mapuche ancestral é originalmente criado e oferecido ao Lonko ou chefe da comunidade, e se destaca por sua qualidade e design. Nancy conseguiu resgatar essas características fazendo peças somente com produtos naturais. “O cobertor é feito com lã de ovelha que é fiada, torcida e lavada. Depois vem o processo de amarração, para isso, uso uma pedra especial e a ñocha que coleciono das pastagens. Eu só uso produtos vegetais para tingir. Uma vez tingido e lavado, o tecido é seco e confeccionado com a ajuda do tear. Para finalizar, faço as terminações e cuido dos todos os detalhes de acabamento”, explica.