O fundo de inovação da empresa papeleira tornou-se o novo parceiro estratégico da Modvion, uma startup sueca que desenvolveu uma tecnologia inovadora para expandir o uso da madeira e tornar a indústria de energia renovável ainda mais sustentável e eficiente, com uma economia estimada de 2.000 toneladas de CO2 para cada estrutura de 150 metros.

Com isso, a CMPC consolida sua presença na Suécia e dá um novo passo para impulsionar a construção em madeira com tecnologias disruptivas que permitem mostrar e explorar a versatilidade deste valioso material.

Com um investimento de 2 milhões de euros, a CMPC Ventures selou sua aliança com a Modvion para apoiar o crescimento global e o desenvolvimento que a empresa sueca realizará com suas torres eólicas fabricadas com madeira de chapa laminada, por meio da construção de sua planta industrial na Europa.

A injeção realizada pela CMPC Ventures impulsionará a produção, o desenvolvimento de produtos de nova geração e a expansão das capacidades de marketing e vendas da Modvion. Isso também será potencializado com o aporte de capital humano que a empresa papeleira realizará através do trabalho colaborativo com suas equipes de especialistas técnicos.

“Estamos muito entusiasmados com este investimento na Modvion, pois se alinha com nossos compromissos de sustentabilidade e inovação, e representa um passo concreto para impulsionar a construção em madeira, com desenvolvimentos disruptivos que permitem mostrar e explorar a versatilidade desta para usos de alta tecnologia. Como em todos os nossos investimentos, colocamos uma equipe de especialistas técnicos, comerciais e estratégicos para contribuir para o crescimento da Modvion e esperamos continuar trabalhando com eles lado a lado, compartilhando nossa visão do tremendo papel que a floresta tem para contribuir com a sustentabilidade em indústrias como a construção ou a energia”, destacou a gerente da CMPC Ventures, Bernardita Araya.

Com esta aliança estratégica, a CMPC Ventures não só se consolida no ecossistema inovador da Suécia, como também se junta ao grupo de acionistas principais da Modvion, entre os quais se encontram Vestas Ventures, Almi Greentech Fund, Course Corrected VC e Symbia VC.

Por sua vez, o CEO da Modvion, Otto Lundman, valorizou a incorporação da empresa florestal nacional como um novo investidor. “A CMPC será um parceiro forte na próxima expansão mundial da Modvion. Este investimento facilitará nosso desenvolvimento e ampliará nosso alcance”, concluiu.

Benefícios da madeira utilizada pela Modvion

Modvion é uma companhia sueca de engenharia e design industrial que decidiu apostar nos benefícios da madeira na construção das torres dos aerogeradores. Assim, a empresa utiliza madeira laminada colada para a fabricação dessas estruturas, o que lhes oferece múltiplos benefícios em comparação com as feitas de aço.

Entre eles, destaca-se a redução de 90% das emissões, já que se estima que cada torre de 150 metros proporciona uma economia de 2.000 toneladas de emissões de CO2. Além disso, as estruturas também atuam como um sumidouro de carbono, pois são capazes de capturar CO2 em suas fibras, permitindo que uma planta de energia eólica construída com essa tecnologia seja carbono neutro.

Ademais, o fato de serem fabricadas de madeira permite alcançar maiores alturas e suportar ventos mais fortes, o que resulta em uma maior geração de energia. Soma-se a isso a maior resistência da madeira laminada colada em relação ao aço, o que reduz o peso da torre em até 30%. O método construtivo contempla módulos, o que facilita a logística, o transporte e a montagem: podem ser movidos com caminhões normais, sem obstrução de estradas, permitindo a construção mesmo em locais de acesso limitado.

Fundo da CMPC Ventures: impulsionando o ecossistema empreendedor

O investimento na Modvion está enquadrado no portfólio do Fundo de Inovação de US$ 100 milhões com o qual a CMPC Ventures realiza investimentos em startups e empresas em estágios iniciais para impulsionar sua escalabilidade global, além de fomentar o desenvolvimento de I+D através de colaborações com a academia e centros de inovação.

Isso porque a empresa definiu contribuir com soluções biobaseadas que respondam às necessidades do próximo século. Para isso, a CMPC estabeleceu metas concretas nesta matéria: 30% das melhorias de processos até 2025 devem vir de inovação, digitalização ou uso de dados; 20% do cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável deve ser alcançado através de inovação, tecnologias novas ou disruptivas para a CMPC; e, até 2025, 10% das vendas devem vir de produtos ou modelos de negócios novos e inovadores.

Até o momento, o fundo já investiu mais de US$ 20 milhões em startups, projetos e alianças de diferentes naturezas. Uma delas é com a startup finlandesa Boreal Bioproducts, com quem assinaram um acordo de colaboração para explorar o uso dos subprodutos madeireiros da CMPC no processo que a empresa europeia desenvolve para elaborar produtos das indústrias química e cosmética, com o objetivo de que elementos como shampoo e bloqueadores solares, entre outros, sejam feitos à base de ingredientes biológicos e não contenham componentes fósseis.

Essas alianças se somam ao investimento na Pulpex, empresa inglesa criadora de garrafas de papel feitas com fibras certificadas de fontes sustentáveis, que está em pleno escalonamento de sua planta de produção, destinada para marcas de consumo líderes a nível mundial.

Da mesma forma, a startup finlandesa Woamy utiliza celulose da CMPC para a fabricação de um material de espuma de base biológica que criaram para substituir outras espumas plásticas como o poliestireno expandido. A invenção é reciclável, biodegradável, leve e resistente.