O fogo afeta a todos

20 de Dezembro, 2019

Jorge Figueroa, nascido em Angol, região da Araucanía, ingressou na Brigada Florestal da CMPC há 20 anos como combatente. Ele se apaixonou por seu trabalho e decidiu voltar no ano seguinte como líder de equipe e dedicar sua vida ao combate a incêndios. Hoje ele é chefe de unidade na base de Trilahue, localidade de Cabrero, região do Biobío, e é responsável por 110 brigadistas.

Com os mais de mil incêndios que ele combateu em sua carreira, ele se concluiu que: “Este é um trabalho em que nossa vida depende da equipe”.

A confiança, o companheirismo, a disciplina e a logística são essenciais para a realização de seu trabalho e o trabalho das brigadas de helicópteros, de tanques, e terrestres, além do trabalho das torres de vigia as que dependem dele. No entanto, há outro âmbito de incêndios florestais que também depende do trabalho em equipe: prevenção de incêndios.

Jorge diz que se preocupa com o cuidado do meio ambiente para evitar incêndios e acredita firmemente que esse objetivo será alcançado se a comunidade estiver unida.

Nesse sentido, a CMPC ano após ano coloca todos os seus esforços para trabalhar de mãos dadas com os vizinhos de suas fazendas, bem como com todos aqueles que podem ser afetados pelo fogo. Por isso, a empresa criou diferentes planos que envolvem a comunidade para o cuidado do meio ambiente e a prevenção de eventuais incêndios florestais. Para saber mais sobre eles, continue lendo.

Traiguén vê o verde novamente

Por quatro anos, José Tripailao viu como o fogo ameaçava sua casa e suas plantações de aveia e trigo na comuna de Traiguén, região de La Araucanía, mas sempre o rio Colpi parava as chamas, salvando-o ano após ano.

Porém, no verão de 2019 tudo mudou. O rio não foi capaz de parar as chamas e elas atingiram a colina onde José e sua família moravam.

Felizmente a casa foi salva, mas José perdeu o que era mais importante para ele: sua fonte de trabalho.

As plantações que serviam de forragem para os animais foram queimadas, bem como o abrigo para vacas, bois e bezerros. Assim ele não tinha como alimentá-los, então teve que vendê-los e até doá-los. “Nós tínhamos que evitar que eles passassem  fome”, diz ele.

Depois de um ano, José conseguiu plantar aveia e trigo novamente. “Alguns meses atrás  não havia nada, a primeira coisa que voltou a crescer foi a grama”, diz ele, esperançoso.

Hoje, José e as nove famílias que são suas vizinhas, esperam que Traiguén fique verde novamente.

 

A esperança de Santa Olga

No dia 26 de janeiro de 2017, o fogo chegou rapidamente em Santa Olga, região de Maule no Chile, de acordo com Macarena Castillo, nativa daquela localidade. “Sempre tivemos a esperança de que as chamas não chegassem no povoado”, diz ela.

Porem, as chamas destruíram tudo em seu caminho: casas, escolas, locais de vizinhança, flora e fauna.

“As pessoas pensam que só o material se perde, mas também existem lembranças, modos de vida que são insubstituíveis, e o mais doloroso é perder animais”. Macarena, que com a família de seu parceiro perdeu seus animais de estimação, encontrou uma maneira de curar essa dor adotando cachorros que perderam seus lares no incêndio.

“Você acha que apenas os humanos estão traumatizados depois de algo assim, mas os animais também.”

Enquanto cada família de Santa Olga conseguiu refazer suas memórias de maneiras diferentes, como a Macarena fez com seus animais, a CMPC também contribuiu para que a comunidade pudesse ressurgir das cinzas. 

Assim, em 2018, em conjunto com o Desafio Levantemos Chile, a empresa reconstruiu o Complexo Educacional Santa Olga, que tem uma área total de 5.500 metros quadrados e é composta principalmente de madeira, material fornecido pela empresa. A sede abriga 1.100 estudantes da área.

Além disso, a empresa construiu sedes sociais como o Comitê de Água Potável Rural e o Parque Santa Olga. Este último está localizado em uma ravina de 1,5 hectares com trilhas, iluminação para pedestres, irrigação automática e passarelas de madeira, e onde a comunidade pode desfrutar de jogos recreativos, anfiteatro e um jardim comunitário.

 

O renascimento de Cholchol

Era fevereiro de 2019 e Evelyn Velásquez, nascida e criada na comuna de Cholchol, região de La Araucanía, se preocupava com as altas temperaturas que afetavam a área, mas nunca pensou que elas causariam um dos maiores incêndios da temporada e a menos que o fogo iria chegar à sua casa no topo de uma colina.A casa que ela construiu dez anos atrás com o marido David e que era o lar dos seus dois filhos foi completamente consumida pelas chamas.

“Poderíamos ter perdido nossas vidas, o material se recupera”, conclui Evelyn.

E assim foi. A família de quatro membros conseguiu escapar do fogo e, três meses depois, graças à contribuição da CMPC, eles receberam sua morada definitiva.

A família da Evelyn não fio a única. Após o mega incêndio que afetou La Araucanía, a empresa comprometeu e entregou um total de 22 casas definitivas, 14 delas em Cholchol, 4 em Nueva Imperial e 6 em Carahue.

Hoje, e sob a valiosa lição que aprenderam no verão passado, ela e sua comunidade se organizam para evitar possíveis incêndios. Assim, eles concordaram em limpar a vegetação morta que poderiam servir como combustível, evitar a queima de lixo no verão, entre outras ações. “Todo mundo está lutando para não passar pela mesma tragédia novamente”, diz ela.

Já iniciada oficialmente a temporada de incêndios 2019-2020 no Chile, a CMPC, como ano após ano, forneceu recursos (cerca de 30 milhões de dólares) para controle e prevenção de incêndios.

Assim, a empresa criou três linhas de proteção que completam o último plano: Prevenção dos Vizinhos, Silvicultura Preventiva e Uso da Tecnologia de Última Geração, que abrangem todos os seus esforços na proteção dos vizinhos da empresa e de todos aqueles que podem ser vistos afetados pelos incêndios

 

Maximus e Optimus unidos para o combate

O plano de combate inclui 21 aeronaves e um total de cerca de 1,300 colaboradores, que compõem 73 brigadas. Delas, 800 pessoas combatem na terra o fogo.

Dentro das aeronaves estão os helicópteros Chinook “Maximus” e Super Puma “Optimus”. O primeiro é operado pela CMPC pelo terceiro ano consecutivo, enquanto o segundo está trabalhando pela primeira vez em ajudar a combater os incêndios.

Nas últimas duas temporadas de incêndios florestais, houve uma aeronave essencial para o combate a incêndios: Chinook “Maximus”, capaz de mobilizar 12 toneladas de carga e jogar 10 mil litros de água através de seu “Bambi Bucket”, que se enche entre 60 e 90 segundos.

No entanto, este ano ele conta com um novo parceiro: o Super Puma “Optimus”, com capacidade de descarga de 4 mil litros de água, além de transportar uma brigada de até 12 pessoas.

Juntos, os dois serão operados pela CMPC para agir de forma rápida e eficaz contra o fogo e, assim, impedir sua propagação e proteger todas as pessoas.

 

Trabalhando em conjunto com a comunidade

O trabalho com a comunidade tornou-se, ao longo dos anos, o eixo central do programa de incêndio.

Desse modo, ministramos palestras e oficinas educacionais para estudantes de 30 escolas pertencentes às comunidades vizinhas às nossas terras sobre os benefícios da floresta, flora e fauna e cuidados com o meio ambiente e o impacto das ações humanas sobre eles. Além disso, brigadas de incêndio, membros do exército e pilotos foram treinados em conjunto com a Corporação Nacional da Madeira do Chile (Corma), e colaboramos na formação de mais de 300 comitês de prevenção formados em todo o país, destinados a organizar e treinar no autocuidado e na execução de tarefas de prevenção de incêndio.

Trabalhamos em colaboração com 40 conselhos de vigilância formados por vizinhos de nossas fazendas (regiões de Biobío e La Araucanía, principalmente) e estabelecemos áreas de monitoramento e vigilância ativos, especialmente em áreas de interfaces, disponibilizando 80 vigas fixas por dia na alta temporada e planos especiais de quadrante de até 250 pessoas por dia, que são ativados em uma situação de dias de alerta.

 

Silvicultura preventiva: manejo da vegetação para evitar a propagação do fogo

A CMPC trabalha durante todo o ano para manter em ordem, eliminar ou modificar a vegetação viva ou morta e resíduos vegetais que funcionam como combustível para impedir que um incêndio florestal ocorra ou para atrasar sua propagação, se iniciado.

Este trabalho é realizado em áreas de interface, onde os mundos rurais e urbanos se encontram.

Entre 2017 e 2022, a CMPC completará no total cerca de 12 mil hectares de zonas de proteção, entre as regiões de Maule e La Araucanía.

Essa ação envolverá cerca de 1.600 hectares em 900 interfaces e 2,764 hectares em bairros de ocorrência, o que se traduz na proteção direta de 10,000 casas vizinhas.

 

Tecnologia de última geração a serviço da prevenção e combate a incêndios

A tecnologia de última geração cumpre uma tarefa especial do programa: colaborar com a detecção precoce de possíveis incêndios e coordenar as ações necessárias para sua prevenção ou combate.

Nesta temporada, a CMPC terá, como nos anos anteriores, softwares como o Wildfire Analyst para analisar em tempo real o comportamento do fogo e simular sua propagação em 1 a 6 horas ou mais, o que permite planejar estratégias de combate.

Também operam câmeras aéreas infravermelhas de alta definição para visualizar em tempo real o progresso do incêndio, câmeras automáticas de detecção em tempo real e temos 10 telefones via satélite para brigadas de combate e sua coordenação em áreas remotas.

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