Dona do Vinhedo Wuampuhue: “Vi a oportunidade de inovar, mas sem perder minha identidade porque sou Mapuche”
Resiliência e inovação andam lado a lado neste vinhedo que combina a melhor da colheita de uvas e a cultura Mapuche, em uma área onde agricultura e pecuária são as atividades econômicas por excelência.
Isolina Huanulao, originária da comuna de Carahue, região da Araucanía, é responsável por dar vida à produção de vinho que leva o nome Wuampuhue, que nasceu em 2013 com o plantio do primeiro vinhedo da cepa pinot noir francesa, para dar lugar à produção semi-orgânica.
A empresária conta que o início não foi fácil, mas que conseguiram desenvolver sua própria metodologia de produção, que ela assumiu como desafio. “Vi a oportunidade de inovar, mas sem perder minha identidade porque sou Mapuche (indígena), então pensei: vamos ver e fazer isso. Aproveitamos o projeto e empreendemos primeiro nesse vinhedo”, diz.
O clima e as condições favoráveis permitiram que este fosse o primeiro vinhedo da região da Araucanía a produzir este tipo de vinho, que tem um paladar muito característico e é considerado uma dos mais famosos do mundo. Para progredir em seu projeto de agroturismo, Huenulao confirma que o sucesso e a receptividade do seu negócio têm base em três pilares: o vinhedo, um quincho onde dá palestras para transferir todo o seu conhecimento mapuche aplicado à sua produção, e um par de cabanas onde hospeda turistas. Tudo isso concentrado no mesmo lugar.
No entanto, a produtividade e o progresso do seu negócio estagnaram como a pandemia. Minhas cabanas estão fechadas desde março. Isso nos afetou muito em termos de recursos. “Esperamos que, até dezembro, os produtos que temos possam vendidos”, disse Huenulao.
A empreendedora já começou a se preparar para a reativação. Esse processo andou lado a lado com a iniciativa promovida pela CMPC, “Arriba Todos Juntos”, que na primeira etapa denominada “Preparando para Sair”, entregou na comuna de Carahue 40 kits de higiene. “Eu agradeço por todos os produtos de higiene pessoal que nos entregaram, os quais usaremos para receber os turistas. Além disso, com o que aprendemos podemos ensinar ao demais como por exemplo a correta forma de lavar as mãos, o uso do álcool gel, entre outros”, afirmou a empreendedora.
Huenulao também garante que a primeira coisa que fará quando voltar ao normal “é dar um abraço na minha família e agradecer a Deus por poder receber turistas e o maior número possível de pessoas, para que o negócio possa se reativar novamente”.