Luis Felipe Gazitúa, presidente da CMPC: “Impulsionar a indústria florestal é impulsionar a descentralização”
26 de Junho, 2024
O principal executivo da CMPC participou do Segundo Encontro Regional de Empresas da IRADE, que ocorreu em Los Ángeles, Região de Biobío. Ele se referiu aos incentivos necessários para combater a retração do setor, institucionalizar a prevenção de incêndios e modificar a lei de mudanças climática para que considere a contribuição das monocultivos como capturadores de CO2.
“É um setor que oferece diferentes fontes de emprego, relevante em termos de exportações e também é relevante se puder se articular bem em relação ao que se refere a Estratégia Nacional de Neutralidade de Carbono. A plantação de árvores é um elemento central dessa estratégia”, afirmou o ministro da Economia, Nicolás Grau.
Grande interesse despertou o Segundo Encontro Regional de Empresas organizado pelo Instituto Regional de Administração de Empresas (IRADE), em Los Ángeles, Região do Biobío. O evento reuniu autoridades regionais, empresários da região e da Província de Biobío em torno de temas críticos e de grande impacto no desenvolvimento econômico e social do país. Na reunião, que ocorreu no Hotel Four Points da capital provincial, estiveram presentes o ministro da Economia, Fomento e Turismo, Nicolás Grau; os senadores Gastón Saavedra e Sebastián Keitel; as deputadas Flor Weisse, Johana Pérez, Karen Medina e Clara Sagardia; a delegada presidencial da Província de Biobío, Paulina Purrán; e Esteban Krause, prefeito de Los Ángeles; entre outras personalidades.
Após as boas-vindas do presidente da Irade, Paul Esquerré, foi analisado o setor energético do país. Os palestrantes, Diego Vio, gerente legal da Rucalhue Energía SPA, e Julio Cuadra, gerente de Assuntos Corporativos Zona Sul da Engie, reforçaram os desafios que o Chile enfrenta em relação à descarbonização até 2050. Ambos destacaram que é urgente acelerar projetos de energias renováveis e simplificar regulações para alcançar uma matriz energética diversificada e sustentável, promovendo a colaboração público-privada.
Em seguida, foi realizado um painel intitulado “Como avançamos?”, onde foi analisada a colaboração entre os setores público e privado como elemento fundamental para reverter a desaceleração econômica que o Chile enfrenta. Participaram dessa conversa o ministro da Economia, Nicolás Grau, o empresário de Los Ángeles, Ítalo Zunino, e o presidente da Empresas CMPC, Luis Felipe Gazitúa.
Emergências no setor florestal
Na oportunidade, e em relação ao setor madeireiro, o líder da CMPC afirmou que “impulsionar a indústria florestal é impulsionar a descentralização. Isso tem um sentido de urgência, porque as decisões que tomamos hoje no setor florestal se refletem em 22 anos, que é o tempo que leva para crescer uma plantação de pinheiro.”
Gazitúa também destacou que deve ser concedido um incentivo à florestação com fins de captura e recuperação de solos degradados. Além disso, o sistema de compensação de emissões vigente no Chile deve ser reformado para que seja acessível e de custo eficiente para os proprietários florestais. Ele propôs, por outro lado, incentivar o desenho de plantações com considerações de biodiversidade sob a figura de corredores biológicos, entre outras medidas.
Institucionalizar a prevenção
No âmbito do controle e prevenção de incêndios florestais, Luis Felipe Gazitúa enfatizou que é necessária “uma lei curta de incêndios atualmente em tramitação legislativa, que deve se concentrar em institucionalizar a prevenção e enfrentar a causa dos incêndios, que é a intencionalidade. Em segundo lugar, o Estado deve conceder uma garantia estatal para seguros contra incêndios para pequenos e médios produtores”.
Sobre isso, acrescentou que “eu tenho que replantar, mesmo que queimem ou roubem, e isso faz com que as plantações florestais sejam basicamente replantios. Apenas 28 hectares adicionais foram plantados. Mais de 50% do que é queimado em incêndios florestais é floresta nativa. Não são queimadas apenas as plantações florestais.”
Por fim, sobre o negócio florestal e seu impacto positivo no meio ambiente, o presidente da CMPC apontou que “precisamos aumentar a captura de solos e os padrões para a indústria, já que somos uma indústria que contribui para conter a mudança climática. Precisamos de modificações na lei marco de mudança climática, pois essa lei considera que os monocultivos não são captadores de CO2. A única possibilidade de o Chile ser carbono neutro até 2050 é a captação de carbono por florestas nativas e plantadas.”
Impressões do Ministro da Economia
Ao finalizar a atividade, o ministro da Economia, Fomento e Turismo, Nicolás Grau, referiu-se ao contexto da atividade florestal, indicando que “é um setor muito relevante para a nossa economia, um setor cuja articulação é liderada pelo Ministério da Agricultura, mas que também acompanhamos com muita dedicação desde o Ministério da Economia, entendendo que é um setor que proporciona diversas fontes de emprego, é um setor relevante em matéria de exportações, e também é relevante se for bem articulado, no que se refere à Estratégia Nacional de Neutralidade de Carbono, que é uma estratégia que até 2050 nos deve levar à neutralidade de carbono. A plantação de árvores é um elemento central dessa estratégia. Portanto, acreditamos que há um círculo virtuoso se esses diferentes ângulos forem bem concatenados.”
Por fim, sobre o papel da CMPC na província, a delegada provincial de Biobío, Paulina Purrán, comentou que “trabalhamos com a CMPC desde que começaram os incêndios em 2023. Acredito que esta aliança público-privada que temos gerado tem sido muito importante, pois nos permitiu chegar de maneira mais rápida aos nossos vizinhos e vizinhas que sofreram maior impacto devido aos incêndios e ao rigoroso inverno do ano passado e também deste ano. A CMPC criou brigadas não só de incêndios, mas também de inverno, e isso é uma grande ferramenta.”