O montanhista Mohr mantém seus grandes desafios dentro e fora do Chile

Juan Pablo iniciou o desafio “Los 16 de Chile” no final de 2020, buscando escalar os picos mais altos do país e assim promover a cultura do montanhismo. No entanto, ele adiou o projeto para se juntar a um desafio sem precedentes de classe mundial: ser o primeiro grupo expedicionário a alcançar o cume do K2 no Himalaia em sua temporada de inverno.

O arquiteto e montanhista profissional chileno Juan Pablo Mohr, que já conquistou os picos do monte Everest (8.849 msnm), Lhotse (8.516 msnm), Annapurna (8.091 msnm), Manaslu (8.163 ms) e Dhaulagiri (8.167 msnm) sem oxigênio suplementar em 2019, no final do ano de 2020, iniciou seu novo desafio em seu território natal: “Os 16 do Chile”, onde busca promover a cultura do montanhismo no país através da construção de abrigos de padrão internacional e da criação de vias de acesso e escalada, tanto técnica quanto para iniciantes. 

Mohr começou a dar vida a este projeto, apoiado pela empresa CMPC, e garante que “esta é uma ideia na qual venho trabalhando há vários anos. Sempre quis relacionar arquitetura com montanhas. Ao criar a fundação DeporteLibre, o objetivo principal era trazer a montanha para a cidade e as pessoas da cidade para a montanha”. 

O projeto “Os 16 do Chile” vai mais longe. Mohr, em conjunto com sua fundação DeporteLibre, desenvolverá cursos de montanhismo e treinamentos para as comunidades locais em suas próximas promoções com o objetivo de gerar um sistema que permita a administração local do refúgio e gere atividades que promovam a cultura da montanha. Para isso, o desafio “O 16 do Chile” já conta com o apoio do Ministério do Patrimônio Nacional, do Instituto Nacional do Esporte (IND) e do Serviço Nacional de Turismo (SERNATUR). 

 

OS VULCÕES CONQUISTADOS NOS “16 DO CHILE”

Vulcão Tronador: Este desafio começou no mês de outubro de 2020 na região de Los Lagos com a exploração do Vulcão Tronador (3.491 metros), conhecido pelos montanhistas como o símile do Monte Branco no Chile, a montanha mais alta dos Alpes, na fronteira entre França e Itália. O Tronador possui três vales inexplorados porque não possui uma rota acessível. Este é o primeiro projeto onde se concretizou um abrigo que será construído em um setor chamado de Lomas de Huenchupán. 

 

Vulcão Villarrica, Lanín e Sierra Velluda: Na continuação deste desafio durante o mês de novembro, Mohr, junto com a sua equipe, escalou os vulcões de Villarrica (2.487 metros) pelo lado da região de Los Ríos e Lanín (3.747 metros) na região de La Araucanía, e o vulcão Sierra Velluda (3.5885 metros), localizado a sudoeste do vulcão Antuco (2.979 metros), ambos na região do Biobío. O Villarrica é um lugar icônico da região, mas que em seu lado sul ainda não foi promovido turisticamente. O Vulcão Lanín, por sua vez, é uma montanha que se divide entre o Chile e a Argentina, mas que do lado nacional tem poucos acessos e nem sequer possui rotas estabelecidas e demarcadas. Quanto ao cordão vulcânico Sierra Velluda – Antuco, é uma área bem conhecida do setor de Laja, Saltos del Laja e Laguna del Laja, com enorme potencial turístico graças ao Parque Nacional Laguna del Laja e aos diversos trilhos que margeiam a base do estrato vulcão de Sierra Velluda, considerado um grande anfiteatro natural. 

 

Vulcão Parinacota e Sillajhuay: Na continuação de sua expedição no mês de dezembro no norte do Chile, ele alcançou os cumes dos vulcões Parinacota (6.348 msnm) e Sillajhuay (5.982 msnm). Na primeira, os seus pés estão marcados no ponto turístico do Lago Chungará, além de ser um vulcão de fronteira com a Bolívia. Na segunda, Mohr conseguiu abrir uma nova rota na face sudeste. O Vulcão Sillajhuay é um lugar pouco conhecido, localizado desde Iquique até a Cordilheira. A cidade mais próxima é Cancosa, uma cidade fundada por comunidades Aymara, que vivem do turismo. 

 

Vulcão Llullaillaco: Mohr encerrou o mês de dezembro com uma expedição no setor de San Pedro de Atacama, especificamente no Vulcão Llullaillaco, o segundo maior do Chile depois de Ojos del Salado. Neste local, o destacado montanhista passou duas horas que antecede o cume procurando o cume principal. Desta forma, ele subiu sete picos para encontrá-lo. “É uma das melhores montanhas que já fiz e serve de treinamento para as minhas próximas missões no Himalaia”, diz Mohr. 

 

K2 nos Himalaias

Por enquanto, esta jornada será interrompida enquanto o montanhista enfrenta uma façanha sem precedentes para o montanhismo mundial: fazer parte do primeiro grupo expedicionário da história a conquistar o cume do K2 (8.611 msnm) no Himalaia em sua temporada de inverno. 

“Minha ideia com a minha equipe sempre foi desenvolver o projeto “Os 16 do Chile” nesses meses. Mas por se tratar de um compromisso de longo prazo, que não irá parar por muito tempo devido ao volume de trabalho que contempla, fui convidado a fazer parte de uma excelente equipe que buscará um feito histórico no Himalaia”, explica Mohr desde o Paquistão. Espera-se que o desafio “Os 16 do Chile” seja retomado no início de março de 2021. 

NOTICIAS RELACIONADAS