O sonho do alpinista Juan Pablo Mohr de construir abrigos nas 16 montanhas mais altas do Chile começará este ano
Em novembro do ano passado, enquanto se comemorava o Dia Mundial da Montanha, Juan Pablo Mohr percorria as regiões do país para completar seu desafio “Os 16 de Chile”. Esta iniciativa buscava explorar e subir aos picos mais altos do Chile para promover a cultura e o turismo de montanha no país, bem como a construção de 16 abrigos de padrão internacional.
Mas esse projeto foi interrompido por alguns meses, já que na segunda quinzena de dezembro o atleta partiu para o Paquistão para continuar com seu outro desafio: chegar ao topo das 14 montanhas mais altas do planeta sem oxigênio suplementar; já tinha chegado a quatro. Foi assim que ele começou sua subida de inverno ao Monte K2, o segundo mais alto depois do Everest, mas quando ele percorreu a última etapa desse cume, ele perdeu o rastro. Após 12 dias de busca, foi declarado seu falecimento.
Mas seu sonho não vai parar. A Fundación Deporte Libre, Club 14 ocho mil e Empresas CMPC se uniram para anunciar que vão concretizar o legado de Juan Pablo, construindo os abrigos que o montanhista idealizou em seu projeto “Os 16 do Chile”.
O objetivo é que a partir deste primeiro semestre haja avanços na realização do primeiro dos 16 abrigos. Estima-se que podem ser construídos dois por ano, antes da conclusão dos respectivos estudos para permitir sua materialização nos picos mais altos do Chile.
Seu percurso
Entre junho e os primeiros dias de dezembro de 2020, o atleta alcançou 11 picos em todo o país. Em cada uma das subidas, a ideia era poder marcar rotas e identificar um local para planejar a construção de abrigos de padrão internacional, que permitissem aos atletas repousar, pernoitar e recuperar forças antes de chegar ao cume ou iniciar a descida.
O projeto levou Mohr a atingir cinco picos na zona sul. O alpinista atingiu o topo do Vulcão Tronador (3.491 msnm) em Los Lagos, o Vulcão Lanín (3.719 msnm) e Villarrica (2.800 msnm) em La Araucanía, e a Sierra Velluda (3.585 msnm) no Biobío, ocasião em que alguns de seus paradeiros eram o Vulcão Antuco e os Nevados de Chillán (3.212 msnm) de Ñuble.
Da zona norte, entretanto, Mohr conquistou o Vulcão Parinacota (6.342 msnm) em Arica, o Sillajuay (5.982 msnm) na região de Tarapacá, o Llullaillaco (6.739 msnm) em Antofagasta, o Vulcão Ojos del Salado (6.893 msnm) no Atacama e Nevado Olivares (6.160 msnm) em Coquimbo.
Da zona central, esteve também no topo dos Picos del Barroso (5000 msnm) na região de O’Higgins. Dos 16, faltou apenas o Juncal (6.110 msnm) de Valparaíso, o Tupungato (6.750 msnm) da Região Metropolitana, o vulcão Peteroa (4.017 msnm) em Maule; o San Valentín (3.919 msnm) em Aysén e o Vulcão Lautaro y Murallón (3.491 msnm) em Magallanes.