Os avanços do inédito projeto de desenvolvimento conjunto que realizam vizinhos do Lago LLeulleu, no Chile

10 de Maio, 2021

Como um reconhecimento ao seu ramo familiar original, várias comunidades mapuche levam o nome e o sobrenome de seus líderes fundadores. Este é o caso da comunidade Juan Lincopan, integrada por 90 famílias que vivem nas margens do lago Lleulleu, localizado a oeste da Cordilheira de Nahuelbuta na Região do Biobío, no Chile.

O que esta comunidade está fazendo hoje? Está trabalhando em um ambicioso projeto com a CMPC que lhes permitirá melhorar sua qualidade de vida, gerar novas oportunidades de renda econômica e divulgar sua cultura.

O anterior, vai em paralelo ao pronunciamento da Conadi (Corporação Nacional de Desenvolvimento Indígena) sobre o processo de compra do Fundo Ranquilhue, propriedade da CMPC, e que a companhia colocou à disposição do organismo estatal. As empresas florestais têm manifestado sua disposição para vender à Conadi cerca de 14 mil hectares, dos quais 1.700 correspondem a CMPC.

A companhia e os vizinhos da comunidade decidiram dar andamento a várias iniciativas de desenvolvimento. “O trabalho que já tem CMPC na região nos ajudou a identificar que podemos avançar com os vizinhos na melhoria de suas condições de vida de acordo com suas capacidades e suas necessidades”, descreve o subgerente de Assuntos Corporativos Araucanía-Zona Austral, Ignacio Lira. 

Um dos projetos que está em plena implementação é a criação de um pólo turístico, onde estará um camping comunitário nas margens do lago Lleulleu em um terreno que cobre 25 hectares e que será administrado pela comunidade. Esta proposta contempla também cabanas, pomares e a habilitação de uma praia que se transformará em balneário. 

Estas iniciativas terão como ponto de união uma “praça central”, que funcionará como lugar de reunião tanto das 200 pessoas que compõem a comunidade Juan Lincopan como dos vizinhos e turistas que visitem a região. 

Além disso, se habilitará um mercado de produtos locais, onde poderão ser comercializados e poderão contar como a elaboração dos mesmos faz parte de seu patrimônio cultural.

Vale sinalizar que este pólo turístico também conta com a assessoria de especialistas, que neste caso foi liderado por Factoría Diseño, oficina de arquitetura formada pela arquiteta Susana Herrera, que considerou a participação da comunidade em todo o processo, tanto no desenho e execução como na posterior administração.

“Todo este plano teve a participação constante dos vizinhos, atendendo as características interculturais da comunidade, já que nestas iniciativas estão pensados espaços cerimoniais para orações mapuche e o desenvolvimento das machi”, explica Lira.

Por outro lado, com este projeto de turismo também estão sendo desenvolvidas iniciativas agrícolas, com 7,7 hectares de plantações, onde com os produtos que as famílias cultivarão para seu sustento incluirão plantas medicinais próprias da cultura mapuche. 

Assim também se considera a restauração de 25 hectares de bosque nativo que vão contar com trilhas para recorrê-lo e encontrar espécies como o roble, raulí, notros, maqui, quillay, coihue, peumo e canelo, entre outras. 

E dentro das atividades agrícolas que terá a fazenda Ranquilhue estarão incluídas na zona de plantações florestal que permitam somar novos postos de trabalho. Estima-se que o projeto completo, una vez que esteja funcionando, permitirá a contratação de cerca de 60 pessoas.  

Projeto Lleulleu

Os projetos com a comunidade Lincopan completam uma série de iniciativas que CMPC desenvolve com 14 comunidades do setor com o “Projeto Lleulleu”. 

Este consiste em trabalhar com os vizinhos em programas que permitam aumentar a empregabilidade, acabar com o abandono escolar, melhorar a infraestrutura comunitária, melhorar o acesso à agua para consumo humano e irrigação, potencializar e gerar alianças para fomentar iniciativas de desenvolvimento que contribuam para a geração de oportunidades na região.

“Na CMPC, diariamente convivemos com cerca de 380 comunidades mapuche de distintas regiões do sul do país. É parte da nossa preocupação como empresa nos envolvermos com a realidade que vivem nossas vizinhas e vizinhos nas regiões onde temos operações”, agrega Lira. 

De fato, o conjunto de iniciativas que estão em plena execução atualmente tem permitido na região a criação de cerca de 400 empregos em gestão florestal; prevenção e combate de incêndios; restauração de bosque nativo, e construção e turismo. 


 

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