Presidente das Empresas CMPC, Luis Felipe Gazitúa: “Ninguém está sobrando aqui em La Araucanía”
O diálogo que deve prevalecer na região, a segurança, o desenvolvimento sustentável e a nova Constituição foram os focos dos temas abordados pelos 14 palestrantes convidados para o Encontro Empresarial de La Araucanía, Enela 2022, realizado em Temuco.
“Nossa visão da região como atores locais é positiva e otimista, por isso estamos aqui e consideramos essencial nossa presença na região, onde continuaremos criando emprego, desenvolvimento e empreendedorismo local”, afirmou Luis Felipe Gazitúa, presidente das Empresas CMPC, o qual participou do segundo painel da Enela, que teve como foco central o tema “Diálogo Permanente”.
Em um discurso de 15 minutos, o presidente Gazitúa abordou diversos pontos para defender o papel da indústria florestal na região e no país. Da mesma forma, ressaltou que não foram eles os responsáveis pela destruição do bosque nativo, fornecendo informações que remontam ao século XIX e que comprovam o desmatamento do país nesse período. Lembrando também que as políticas de incentivo tiveram origem no início do século XX, quando em 1931 o presidente Ibáñez promulgou a chamada Lei dos Bosques.
A entrega de terras foi outra das questões abordadas pelo presidente, a este respeito ele afirmou “não podemos repetir experiências anteriores de entrega de terras que ficaram sem uso ou subutilizadas por falta de condições produtivas ou assessoria às comunidades. Acreditamos no reconhecimento histórico do povo mapuche, bem como na necessidade de melhorar suas condições econômicas, respeitando, é claro, sua visão holística do território, o que não impede a possibilidade de plantar pinheiros ou eucaliptos, como já nos foi indicado por muitas comunidades, a maioria das quais acaba desistindo devido às ameaças que recebem por parte de grupos violentos, que nos últimos anos chegaram às vias de fato, resultando em mortos e feridos”.
Luis Felipe Gazitúa também lembrou que há alguns meses um deputado da República indicou que “o principal conflito do povo mapuche é com as empresas florestais”. Isto, sustentou o porta-voz da CMPC, “além de acabar incentivando –intencionalmente ou não- os ataques contra trabalhadores e operações florestais, que no nosso caso este ano já custaram a vida de três valiosas pessoas, devo lembrar àqueles que, insensatamente, apontam a nossa indústria como fator crítico do –em minha opinião- mal denominado “conflito Mapuche” que é um problema de longa data, fundamentalmente de natureza política e que tem o Estado, representado por seus sucessivos governos, como o principal protagonista”.
“Somos uma indústria de futuro com visão de futuro, acreditamos firmemente na convivência. Na convivência social, cultural e produtiva. É isso o que vemos e verificamos diariamente em nosso relacionamento com mais de 450 comunidades mapuche. Ninguém está sobrando aqui na Araucanía. Muito menos uma indústria que nasceu de um olhar central visionário e que conseguiu crescer e se posicionar na liderança mundial”. Para reforçar esta afirmação, o presidente Gazitúa citou o trabalho da Comissão do Futuro do Senado da República: “a indústria florestal representa um campo de oportunidades e desafios, pois é um ator fundamental para alcançar novos equilíbrios globais, contribuindo para a redução de emissões e mitigação dos efeitos da crise climática em diferentes setores”.
No encontro empresarial, que ficou interrompido por dois anos por causa da pandemia da Covid-19, participaram autoridades, ex-autoridades, acadêmicos e representantes do mundo privado, como o governador regional de La Araucanía, Luciano Rivas; o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Obras Públicas, Alfredo Moreno; o presidente da CPC, Juan Sutil; e o presidente das Empresas CMPC, Luis Felipe Gazitúa.
*Exposição completa do presidente das Empresas CMPC, Luis Felipe Gazitúa.