Reproduzindo ciência na conservação de espécies nativas
11 de Março, 2020
No Centro de Desenvolvimento de Biotecnologia da CMPC, a cientista belga Femke Lieve usa a biotecnologia para reproduzir espécies ameaçadas de extinção, como a Araucária, o Toromiro, o Ruil, entre outras. “Estamos apostando em criar vida e oxigênio”. Com essa frase, Femke Lieve resume o trabalho que ela desenvolve há quatro anos com um grupo de 17 pessoas no Centro de Desenvolvimento de Biotecnologia da CMPC, no recém-inaugurado prédio corporativo localizado na cidade de Los Angeles.
Este edifício possui um moderno laboratório, no qual o uso da biotecnologia foi fundamental não apenas para melhorar o desempenho e crescimento da área floresta da empresa, como também para a recuperação massiva e multiplicação de plantas de uma maneira sustentável. “Grande parte do trabalho que fazemos no laboratório de biotecnologia é reproduzir espécies em perigo de extinção e recuperar árvores nativas ameaçadas”, diz Femke Lieve, responsável pelo moderno laboratório.
Por meio da tecnologia de ponta e da técnica de micro propagação, que consiste em cultivar as sementes de uma planta-mãe em laboratório e multiplicá-las para produzir novos espécimes que vão para um viveiro, a empresa tomou importantes iniciativas para a recuperação e conservação dessas espécies ameaçadas.
Segundo Lieve, o laboratório de biotecnologia atualmente conserva in vitro cerca de 500 mudas de Arrayán, Avellanos, Copihues e Ruiles, enquanto, usando a técnica de preservação in vitro, possui 50 mudas de La Araucarias, Guindo Santo e Toromiro. “Temos muitos Copihues preservados em laboratório, além de Arrayán, Ruil, Avellanos, Araucarias, que preservamos e depois avaliamos se podem ser aclimatados nos viveiros”, afirmou Femke Lieve.
É o caso do Toromiro que é um arbusto endêmico da Ilha de Páscoa que em 1960 foi extinto na ilha. O trabalho de recuperação começou em 2006, quando o Jardim Botânico de Viña del Mar doou a CMPC seis mudas de Toromiro para proteger e realizar análises preliminares.
Nesse sentido, a empresa trabalhou em conjunto com a Universidade Católica, uma aliança que permitiu que estes bons resultados levassem a empresa a assinar um acordo com a Conaf em 2013 para reintroduzir as espécies na ilha e, assim, devolver a cultura Rapa Nui a árvore com a qual seus ancestrais faziam arte sacra.
Além disso, o Centro de Desenvolvimento de Biotecnologia do qual o laboratório faz parte é dedicado a encontrar maneiras de recuperar a flora nativa, que será cultivada nas seis estufas que estão dentro do prédio corporativo de Los Angeles e que posteriormente serão transferidas para o viveiro de Carlos Douglas, onde serão cultivadas com outras de espécies nativas.
“Sinto-me privilegiada por poder trabalhar nisso. Estamos apostando em criar vida não apenas para o Chile, mas para o mundo inteiro. As empresas que têm futuro são aquelas que trabalham pensando em sustentabilidade e tentam diminuir a pegada de carbono globalmente, o que me motiva muito”, conclui Femke Lieve.
Um dos compromissos da CMPC é conservar e restaurar 100 mil hectares até 2030, que serão adicionados aos 325 mil hectares de conservação e proteção que a empresa já possui no Chile, Argentina e Brasil. Atualmente, a CMPC possui um dos mais importantes viveiros de plantas e árvores nativas do país, Carlos Douglas, na região de Biobío.